quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Dirceu diz ao PT que vencer eleição é mais importante que discutir julgamento

Um dia depois de ser condenado por corrupção ativa pela maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-ministro José Dirceu orientou o PT a esperar o fim das eleições municipais antes de reagir a ataques ligados ao mensalão.

Em discurso a dirigentes nacionais do partido, ele disse que a prioridade agora é tentar eleger os 22 petistas que disputam o segundo turno -especialmente Fernando Haddad, que disputa a Prefeitura de São Paulo.

Maioria do Supremo condena ex-ministro da Casa Civil José Dirceu por mensalão Genoino entrega cargo do governo e diz que não se envergonha de nada José Dirceu deixou claro a todos que era o homem forte no governo.

O ministro discursou por apenas dois minutos, e evitou falar sobre sua condenação. "Mais importante do que discutir o julgamento é ganhar a eleição", disse o ex-ministro, segundo um participante da reunião. "Agora o PT tem que se concentrar na eleição."

Dirceu avisou que deixará sua defesa pública para depois do segundo turno, numa estratégia para evitar prejuízos aos candidatos do partido.

Ele discursou a uma plateia de cerca de cem dirigentes do PT e foi recebido com aplausos, abraços e palavras de solidariedade pela condenação.

Ele chegou às 13h32 na sede do partido no centro de São Paulo, sentado no banco de trás de um ômega australiano preto, com os vidros escuros fechados para não ser fotografado, e entrou direto na garagem do edifício.

RENÚNCIA

Genoino anunciou a saída do cargo de assessor especial do Ministério da Defesa hoje, durante a leitura de uma carta na sede do partido. Ele afirmou que o STF errou em sua condenação por corrupção ativa, e disse não se envergonhar de nada.

"Retiro-me do governo com a consciência dos inocentes", afirmou o ex-presidente do PT. "Não me envergonho da nada."

O petista não respondeu as perguntas dos jornalistas. O pronunciamento durou cerca de cinco minutos. Cercado por assessores, ele leu a carta com as mãos trêmulas.

FONTE: Folha de São Paulo