quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

ONG criada por uma menina de 6 anos já ajudou mais de 100 mil pessoas

Beatriz Martins certo dia, estava passeando de carro com a família, parou em um semáforo e viu crianças, pedindo balas para os motoristas. Ela, com 6 anos de idade, nunca tinha se deparado com tanto contraste social. A garotinha ficou chocada e decidiu que sua missão a partir daí seria ajudar.

Apesar de não saber como isso poderia ser feito, passou quatro meses guardando toda bala, pirulito ou doce que ganhasse. Quando chegasse o Natal, o plano era distribuir todos os doces na comunidade daquelas crianças do semáforo.

Surpreso com a atitude da garotinha, o pai Ricardo Martins chamou amigos, vizinhos, parentes e quem mais pudesse ajudar para recolher donativos para aquelas crianças. "No Natal daquele ano, atendemos 600 crianças", conta Bia.

Na Páscoa e nas próximas datas comemorativas, a menina também entrou em ação, atingindo mais 2.000 crianças em todo o Estado de São Paulo. Não demorou muito para a iniciativa ganhar nome e se consolidar, nascia a ONG: Olhar de Bia.

Hoje Bia tem 13 anos, e as ações de sua ONG já estão presentes nas escolas e creches, e em dezembro, enviou doações para as vítimas das enxurradas no Espírito Santo, que deixaram mais de 60 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas.

Bia faz a separação das doações que recebe.


No último Natal, 22.187 itens, entre brinquedos, alimentos, aparelhos eletrônicos, roupas e livros foram distribuídos."A gente não faz só a ação, é um evento com trio elétrico, mágicos, brinquedos infláveis, tudo com voluntários", conta Bia, orgulhosa.

Em sete anos, a Olhar de Bia diz ter atendido mais de 100 mil brasileiros. "As pessoas querem ajudar, não sabem como, e sempre vão deixando essa vontade para depois", afirma.

Ela recebe os donativos na própria casa, dezenas de caixas de brinquedos, roupas e cestas básicas, e ela mesma faz a triagem e distribuição. Segundo ela, a maioria das pessoas a encontra nas redes sociais, que tem ajudado a difundir a ideia entre a comunidade.

Bia já pensa em construir uma sede pra organização, e começar a oferecer cursos profissionalizantes e assistência odontológica.

 "Estávamos dando o peixe, mas o que adianta dar, e eles não aprenderem nada com isso? Temos que ensinar a pescar também." - conclui a menina.


Fonte: Folha de São Paulo